segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Chuva

Preste atenção na chuva
Ouça o que ela tem a lhe dizer
Escute a voz suave do vento
Entenda o que você tem a fazer
A vida não é feita de fantasias
Tudo tem seu preço para se realizar
Mas vale a pena mergulhar nas suas utopias
Para fugir da verdade que aí está

Escute o canto suave da chuva
As gotas desenhando um leve pranto sobre você
O vento grita tentando abrigar-se
Nada mais consegue do que se render
Gotas de cristal, de prata que caem do céu
Um paraíso intocável que parece irreal
Posso ver no fundo da tua alma o gosto de fel
Vejo que morres para fugir de todo o mal

Não temas! Entregue-se...
Ao prazer e o pesar
De mergulhar nessa mistura doce
De vento de chuva
De beleza e dúvida
De sofrimento e mágoa
De ar e água
De real e sonho
De vivo e morto

Os raios de luz que partem dos teus olhos
Me acalmam numa doce angústia
No meu pecado de amar
No meu erro te sofrer
Em insistir no existir
Pensando só em mim
Sem medo de morrer.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Desconhecer

Fugir ou continuar?
Insistir ou fragmentar?
Perder ou acertar?
É medo? O que há?

Mão na mão
na
Boca na boca

Sentimento inanimado
Coração acelerado
Acontecimento inesperado
Amor calado?

Dia após dia
após
Noite após noite

Sofrimento intenso
Clima denso
Tempo extenso
Momento propenso?

Gota em gota
em
Vento em vento

Estação de clima inanimado, desconhecido, descontrolado.
Estado de espírito confuso, novo, desequilibrado.
Mão na noite após dia na boca de gota em gota, de vento em vento.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Intravenal

Eu não quero me isolar
Eu quero as saudades
Eu quero a nostalgia
Eu quero me libertar.

Não quero mostrar o vazio que existe dentro de mim
O que me falta está dentro de você
Aqui dentro está sombrio
Eu só não quero que você me deixe ir.

O céu está tão tão cinza e frio
Eu não consigo me acalmar
Afogar minhas vontades, cadê você?
Eu falhei, eu sei que fui eu.

Gotas de um sentimento
inacabado, não lapidado, morto.
Paradoxo, um sangramento intravenal
Um amor morto.