quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Aquele papo de ser mãe

Eu sempre fico pensando em mil coisas quando fico sozinha, e hoje me peguei pensando no seguinte: eu realmente não quero ser mãe.

É, é uma frase que a maioria das pessoas considera forte demais, "errada" e inaceitável. Pois é, mas eu não, eu simplesmente não quero ser mãe. Ponto. Sabe, não me imagino com um filho no ventre, nos braços, sugando meus seios nem dependendo de mim pra se vestir entre outras coisas. Filho é pra vida toda, e eu sinceramente não to afim de uma responsabilidade desse tamanho. Nunca quis.

O problema disso tudo é que ninguém enxerga isso como uma coisa normal. Eu sempre sou vista como "a revoltadinha" por não querer um rebento. Mas, sabe, não é revolta, é falta de instinto. Se eu tenho, ele nunca se manifestou. Sempre preferi barbies a meu bebê.

E minha opinião nada tem a ver com estética corporal, to longe de ser maníaca pelo corpo perfeito, sou do tipo gordinha dos pneus com peitos generosos. É que eu não quero mesmo, filho não tá nos meus planos.

Mas o que eu fiquei pensando mesmo é que, se eu dissesse que teria todo mundo ia dizer que é uma super responsabilidade enorme e pra eu pensar melhor, que filho só dá problema, entre outras desvantagens. Então, é só pra contrariar mesmo ou o quê?

Eu acho que quem quer ter filho tem que ter mesmo. Tenho uma amiga que quer ter quatro. QUATRO, em pleno 2012, e olha que ela nem abriu a fábrica ainda, deve abrir nos próximos 5 anos. Mas eu não quero e eu acho que quem não quer, é melhor nem ter mesmo. Ah! outro ponto importante é a clássica frase "toda mulher nasceu pra ser mãe" - oi?! Comassim, galera, peraí. Se toda mulher tivesse nascido pra ser mãe, criança nenhuma entrava em hospital queimada com colher quente na mão, espancada entre outras barbaridades! Maternidade é tão opção quanto carreira. Ser mãe pra mim é isso: vocação.

E há quem possa pensar que eu não tive um bom exemplo pra pensar assim, mas muito pelo contrário. A minha mãe é uma SUPER mãe. Do tipo que se sacrifica em todos os aspectos pelos filhos. É mãezona, que levanta da cama pra me dar xarope mesmo eu estando com 22 anos. Mãe daquelas que todo mundo deveria ter, a melhor do mundo, eu ousaria dizer. E eu vejo o que é SER MÃE através dela. E bom, eu não tenho talento não.

Portanto, mundo. Vamos quebrar aí essa visãozinha retrógrada de que "toda mulher nasceu pra ser mãe" e de que eu dizer que "não quero ter filhos" é um absurdo. Vamos dar um sentido um pouco mais real à palavra "liberdade" tão mal empregada ultimamente. Vida minha, corpo meu, vontade minha. Eu tenho filho se eu quiser.

E prefiro meu gato.