quarta-feira, 18 de junho de 2008

Sem sentido

Os olhos, que um dia brilharam, estão fechados.
As mãos, que se moviam docemente, estão inertes.
As lembranças, que formavam uma vida, se apagaram.
Tudo, físico ou não, se foi.

O calor, que mantinha o corpo, esfriou.
As palavras, que saíam da boca, se calaram.
O som, que era ouvido, agora é ignorado.
Que banal é a morte, quem a criou?

Depois de tudo, o nada.
Construir para deixar para trás,
Se leva algo daqui?
Ninguém sabe, dos mortais.

Dizem que os erros são levados,
Os pecados contestados,
O acertos cobrados.
Mas, e daí?

Para que nascer, crescer, procriar?
Para envelhecer e morrer?
Não faz nenhum sentido viver...
A vida não pode ser tão banal.


Para que existe o mundo?
Por quê? O que há além daqui?
Perguntas tão vazias de respostas.
Não há porque fazê-las, enfim!

Então, viva. Cada dia.
Porque tudo isso aqui... Não faz mesmo sentido.

Um comentário:

Antonio Gasparetto Júnior disse...

Eu não sei se é um dom, um sentido apurado ou uma premonição...
Só sei que não havia lido este poema anteriormente, já que a data de postagem já comemorou um mês, mas a minha leitura nesse momento não poderia ocorrer em melhor hora...
Há algo aqui que conspira no universo, não sei se a data, não sei se você, não sei se as palavras... idiossincrasia, sim!
Neste momento suspiro sem saber até onde vai o ar, até quando posso respirar e até onde eu vou... mas tenho certeza que aqui não ficarei, estático como gótica catedral, pois prefiro ser campo aberto, um pampa relusente de verdes caminhos pelos quais nem sei ainda qual irei seguir, todavia estão no meu ser...
Te adoro.
Beijo